Ultimato do Bacon

As animações do Studio Ghibli na Netflix – Parte 1

Em 1 de Fev de 2020 6 minutos de leitura

por Breno Raphael

Hoje, 1 de fevereiro, a Netflix colocou em seu catálogo o primeiro lote, dos três previstos, da filmografia do Studio Ghibli. Nesse primeiro momento, sete filmes já estão disponíveis e, é sobre eles que vamos falar hoje.

 

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O Castelo no Céu (1986)

 

 

Escrito e dirigido por Hayao Miyazaki, “O castelo no céu” foi o primeiro filme de animação produzido oficialmente pelo Studio Ghibli. Considerado por muitos um marco no gênero steampunk, ‘O Castelo no Céu’ ganhou a premiação ‘Anime Grand Prix’, realizada pela revista Animage, em 1986.

No filme conhecemos Pazu, um menino de uma pequena vila, que um dia vê uma menina caindo do céu e a leva para casa. A menina, Sheeta, está sendo perseguida por pessoas atrás de seu colar, que, aparentemente, a dá certos poderes mágicos. O filme nos mostra então que, a menina é a descendente perdida e também a princesa da antiga civilização de Laputa, que flutuava no céu. Logo, Pazu e Sheeta decidem procurar a terra de Laputa, ou o que restou dela, voando pelos ares.

Vários elementos que tornaram padrão nos filmes Miyazaki já começaram a aparecer aqui no castelo no céu, como a relação do homem com a natureza e um destaque para máquinas e equipamentos.

 

 

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Avaliação: Ótimo

 

 

Meu Amigo Totoro (1988)

 

 

“Meu amigo Totoro” ,escrito e dirigido por Hayao Miyazaki e produzido pelo Studio Ghibli em 1988, foi o filme que alçou de vez o nome de Miyazaki no Japão como um dos grandes da indústria. Na trama, Mei é uma jovem que encontra uma pequena passagem no quintal, que a leva à um lendário espírito da floresta conhecido como Totoro. Quando Mei tenta visitar a mãe que está no hospital, ela se perde na floresta, e só Totoro pode ajudar a menina a achar o caminho de volta para casa.

Totoro tornou-se um fenômeno de popularidade e reconhecido como um dos ícones da cultura pop no mundo. Foram e ainda são produzidos uma infinidade de produtos relacionados a ele. Essa foi a primeira vez, depois de várias aventuras épicas, que Miyazaki decide fazer uma história de menor escala, e mais simplista. Porém, é a simplicidade do roteiro e a relação dos personagens que faz “Meu amigo Totoro” ser um dos mais icônicos filmes do Ghibli.

 

Avaliação: Excelente

 

O Serviço de Entregas da Kiki (1989)

 

 

Produzido, escrito e dirigido por Hayao Miyazaki, Kiki ganhou o prêmio "Animage Anime Grand Prix" em 1989. Também foi o primeiro filme que o estúdio Studio Ghibli lançou sob a parceria com a Disney nos Estados Unidos.

Na história, conhecemos Kiki, uma bruxa de 13 anos. Segundo a tradição de seu povo, uma bruxa quando chega aos 13, deve sair da casa de sua família, e buscar uma cidade para morar sozinha, visando amadurecer e treinar seus poderes. Então, junto de seu gato preto, Jiji, a menina parte para sua aventura, voando em cima de sua vassoura. Os dois se instalam em uma cidade grande e logo Kiki cria um negócio próprio: um serviço de entregas. Se aproveitando da sua habilidade de voar, ela recebe a encomenda de seus clientes, e os entrega a quem eles desejam dá-la.

Em uma história de descobrimento de si mesmo, na fase da adolescência, e amadurecimento, mesmo com um roteiro também de menor escala, Miyazaki nos brinda com uma história de descobertas e sentimentos internos.

 

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Avaliação: Ótimo

 

Memórias de Ontem (1991)

 

 

Realizado por Isao Takahata, que já tinha feito o impressionante “Tumulo dos Vagalumes”, a história nos apresenta Taeko, mulher de 27 anos, que numa determinada época, parte para o interior com o fim de participar de uma importante colheita agrícola. Tal viagem é sempre uma desculpa para Taeko revisitar memórias da sua infância. Mas desta vez, muitas serão as confrontações entre passado e presente.

O filme fala muito sobre o confronto existente entre as memórias de infância e adolescência (e seus sonhos), com o presente da vida adulta. É um filme com um olhar feminino poderoso sobre uma sociedade patriarcal e regida pelos homens. O resultado é uma obra singela, porém lenta e com muitos diálogos, o que a faz pouco atrativa para crianças. Além disso, percebe-se aqui como Takahata e Miyazaki são diferentes em contar histórias. Mesmo assim, “Memórias de ontem” ainda é uma história bonita de se ver.

 

Avaliação: Bom

 

Porco Rosso: O Último Herói Romântico (1992)

 

 

Baseado no manga de Jidai Miyazaki Hikōtei, dirigido por Hayao Miyazaki, produzido pelo Studio Ghibli e lançado em 1992, ‘Porco Rosso’ é sobre um ex-piloto emérito da Força Aérea Italiana, que se vê transformado em um porco e transforma-se em caçador de recompensas. É a volta de Miyazaki a trabalhar com uma história de aventura. Também presente na história, está Madame Gina, dona de um hotel e amiga de infância e juventude do porco, por quem é apaixonada. Esse amor que ele também sente por ela é seu principal incentivo para continuar voando. Apaixonado por aviões e sua fascinação pelos antigos pilotos de guerra, o diretor incorpora aqui todo o seu conhecimento sobre este tema.

Outro ponto interessante é sobre o período que o filme se passa, a Itália entre a primeira e a segunda guerra. É citado a grande depressão, que assolou a terceira década do século XX, após a queda da bolsa de Nova York em 1929, e também é visto elementos da ascensão do fascismo.

Em um dos poucos filmes que Miyazaki deixa explícito que a história se passa no mesmo universo de seus espectadores, o diretor entrega uma animação leve e divertida, porém com um pano de fundo interessante e com mensagens precisas.

 

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Avaliação: Ótimo

 

Eu Posso Ouvir o Oceano (1993)

 

 

Este filme é o primeiro do Studio Ghibli dirigido por outra pessoa que não seja Hayao Miyazaki ou Isao Takahata. Quem ficou no cargo foi Tomomi Mochizuki, que tinha 34 anos na época, e foi chamado para dirigir este filme que foi uma tentativa do Studio Ghibli permitir que seus funcionários mais jovens fizessem algo relativamente barato. No entanto, o plano acabou não dando muito certo por causa do orçamento que acabou sendo muito alto. Como foi produzido para a TV, “eu posso ouvir o oceano” talvez não seja muito conhecido por isso.

O filme é baseado no mangá fechado homônimo escrito por Saeko Himuro, e conta a história de dois melhores amigos,Taku Morisaki e Yutaka Matsuno, de uma escola em Koichi, cidade litorânea do interior. Quando Rikako Muto, uma aluna de Tóquio chega na escola, o trio começa a viver um triângulo amoroso.

‘Eu Posso Ouvir o Oceano’ é uma história saudosista para quem viveu bem esse período da juventude e conta a história de três jovens com problemas pessoais rotineiros,  a capacidade de pessoas tão distintas poder nutrir sentimentos intensos um pelo outro e também os vários desafios que a vida os coloca.  

 

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Avaliação: Ótimo

 

Contos de Terramar (2006)

 

 

‘Contos de Terramar’  é o filme de estreia de Goro Miyazaki, filho do co-fundador do Studio Ghibli, Hayao Miyazaki e foi baseado nos quatro primeiros livros da franquia Terramar, escritos pela autora Ursula Kroeber Le Guin. Aliás, ela negou por vários anos o pedido de Hayao Miyazaki para adaptar sua obra. Só quando, anos mais tarde, ‘A viagem de Chihiro’ ganhou o Oscar, que ela deu sua autorização. Como Miyazaki estava ocupado com ‘O castelo Animado’, ficou ao seu filho a missão de ‘Contos de Terramar’.

No filme, com a vinda de dragões de terras distantes, o mundo humano e dos dragões não devem ser tocados. Quando este fenômeno ocorre, Ged, um dos arquimagos mais poderosos do mundo, decide investigar o que acontece. Em sua jornada, ele conhece o príncipe Arren que relata estar sendo perseguido por algo sombrio. Durante a jornada juntos, eles percebem que o mundo encontra-se em desarmonia.

A animação é, de longe, a mais fraca do Studio Ghibli, com paisagens pobres e personagens bem genéricos. Parece que os responsáveis pelo filme foram jogados no projeto de qualquer jeito, pois em um determinado ponto, o filme parece não se encontrar e saber o que quer transmitir e que história quer contar.

Ursula, a autora dos livros, não escondeu sua decepção por Hayao Miyazaki não ser o responsável  pelo projeto. Ela também não ficou satisfeita com as constantes mudanças que o material e chegou a afirmar para o diretor Goro Miyazaki que “ Não é meu livro. É seu filme. E é um bom filme". E eu concordo com ela. O problema é que ser “só bom” é muito pouco para um filme do Studio Ghibli.

 

Avaliação: Bom

 

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Aproveitem a entrada dos filmes no catalogo da Netlfix para descobrir ou reassistir essas obras do Ghibli, e dia 1 de Março tem mais uma matéria especial aqui no Ultimato do Bacon, falando dos filmes do “segundo lote” que estarão disponíveis na plataforma.

 

 


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