Ultimato do Bacon

A Odisseia dos Tontos – O Ultimato

Em 31 de Out de 2019 3 minutos de leitura
A Odisseia dos Tontos (La Odisea de los Giles)
Ano: 2019 Distribuição: Warner Bros.
Estreia: 31 de Outubro (Brasil)

Direção: Sebastián Borensztein

Roteiro: Sebastián Borensztein, Eduardo Sacheri (roteiro); Eduardo Sacheri (baseado no livro La noche de la Usina de)

Duração: 116 Minutos  

Elenco: Ricardo Darin, Luis Brandoni, Chino Darin, Verónica Llinás, Daniel Araoz, Carlos Belloso, Rita Cortese, Andrés Parra

Sinopse: Em uma cidade distante na província de Buenos Aires, durante a crise econômica, um grupo de moradores decide reunir a quantia de dinheiro necessária para comprar alguns silos abandonados em uma propriedade agroindustrial. Mas, mesmo antes de poderem executar o projeto, um golpe faz com que eles atinjam o fundo do poço e reajam diante da injustiça.

 

 

[tabby title=”Alexandre Baptista”]

A Odisseia dos Tontos supera expectativas numa excelente apresentação

Candidato argentino a uma vaga no Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, filme de Sebastián Borensztein que estreia hoje, 31 de outubro, é um respiro divertido e bem-vindo

por Alexandre Baptista

 

O cinema argentino tem grandes e maravilhosos exemplares. E A Odisseia dos Tontos é um deles.

O longa de Sebastián Borensztein, baseado no livro de Eduardo Sacheri, La Noche de La Usina (2016), já nasce clássico.

Dentro das classificações de gênero (que eu particularmente acho um tanto ridículas, mas que muitos adoram), ele cabe nos heist movies ou “filmes de assalto”, do qual fazem parte grandes clássicos como Um Golpe à Italiana (The Italian Job, 1969), Jogos, Trapaças e Dois Canos Fumegantes (Lock, Stock and Two Smoking Barrels, 1998), Onze Homens e Um Segredo (Ocean’s 11, 1960) e seu remake de 2001 (Ocean’s Eleven, 2001) e, claro, Como Roubar Um Milhão de Dólares (How to Steal a Million, 1966), citado diretamente em algumas cenas do filme argentino.

No entanto, A Odisseia dos Tontos é muito mais do que isso. É também um filme com um tanto de drama histórico, embora seja uma história recente: seu pano de fundo e motivador é o corralito, sistema estabelecido pelo governo de Fernando de la Rúa em dezembro de 2001 que impedia saques e retiradas de dinheiro em somas acima da quantia semanal estabelecida. A intenção do governo era impedir a evasão de divisas e a quebra do sistema financeiro na Argentina. Acabou por aprofundando a crise e causando grande revolta popular no país.

Na trama, Fermín Perlassi (Ricardo Darín) busca investidores para iniciar uma cooperativa de grãos e, graças a decisões equivocadas, acaba colocando todo o dinheiro do grupo em sua conta corrente, na véspera do anúncio do corralito. As ações seguintes levam o grupo a uma tentativa de assalto ao cofre de Fortunato Manzi (Andrés Parra), que obteve informações privilegiadas sobre a decisão do governo, com antecedência.

Assim, o longa consegue estabelecer, além da trama empolgante e divertida, cenas profundas, reais e bastante pungentes, sendo a maior delas protagonizada por Lidia Perlassi (Verónica Llinás) com uma espingarda na mão. Aqueles que, como eu, viveram o governo Fernando Collor, certamente irão se lembrar de algo parecido no Brasil, quando nosso governo confiscou a poupança em 1990.

A direção é excelente e prioriza o cinema de personagens. A construção dos mesmos é gradual e bastante trabalhada, com elementos e detalhes que dão brilho e vida real a cada um do grupo.

A trilha sonora é ótima, alternando-se com uma trilha musical que vai do tango ao rock argentino, em variações muito bem planejadas. Sem dúvida é uma das ótimas surpresas do filme que demonstra a maturidade do cinema argentino, não devendo nada a grandes produções estadunidenses.

Quanto ao elenco, fica difícil dar destaque a qualquer um em especial. Desde a insensatez de Medina (Carlos Belloso), os parvos Gómez (Alejandro Gigena e Guillermo Jacubowicz), o excelente anarquista Antonio Fontana (Luis Brandoni), o patriota e peronista Belaúnde (Daniel Aráoz), a empresaria Carmen Largio (Rita Cortese) e seu filho Hernán (Marco Antonio Caponi), o vilão Fortunato Manzi e sua assistente Florencia (Ailín Zaninovich) e a impecável família Perlassi, com Fermín, sua esposa Lidia e seu filho Rodrigo (Chino Darín), todos mantêm o nível de interpretação altíssimo.

Talvez caiba mencionar uma cena em especial em que Ricardo e Chino contracenam em um momento pai e filho que parece ainda mais real que o resto. Não é de se espantar, no entanto, uma vez que esta é a relação entre ambos na vida real.

Se você quer assistir um filme de altíssima qualidade e sutileza que ao mesmo tempo parece um blockbuster de um grande estúdio hollywoodiano, não deixe de conferir A Odisseia dos Tontos.

É um dos grandes filmes do ano, sem qualquer sombra de dúvida.

 

 

 

Avaliação: Ótimo!

 

 

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Trailer

 

 


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