A Liga Extraordinária Dossiê Negro é a terceira aventura da equipe de Alan Morre e Kevin O´Neill que reúne os mais famosos personagens da literatura britânica. A trama não é uma continuação direta dos eventos da primeiras aventuras mas é uma consequência dele – o que quer dizer que a HQ só vai interessar de verdade aqueles que leram e se interessaram pela equipe.
Essa segunda aventura é uma trama completa e vai nos mostrar o que aconteceu com os membros sobreviventes do primeiro encadernado e como ficou o mundo depois da guerra. Confira aqui a ordem de leitura e como o encadernado A Liga Extraordinária Dossiê Negro foi publicado no Brasil.
Os personagens principais de A Liga Extraordinária Dossiê Negro embarcam em um chamativo meio de transporte
Vale a pena ler A Liga Extraordinária Dossiê Negro?
É com pesar que digo que A Liga Extraordinária Dossiê Negro não chega aos pés das edições compiladas em Liga Extraordinária – 1898. Enquanto as duas tramas originais eram mais aventurescas e se destacavam por dar espaço para personagens literários, Dossiê Negro me dá a sensação de que Moore tentou “inventar demais” ao criar uma trama detetivesca mas que não funciona tão bem quanto o original.
Não quero dizer com isso que A Liga Extraordinária Dossiê Negro é ruim, mas sua entrega está abaixo do que eu esperava após a leitura das tramas originais da equipe de Mina Murray. Mesmo assim, é interessante visitar novamente esse universo e descobrir o que aconteceu com Mina, Quatermain e Capitão Nemo.
Os dois personagens principais da trama estão atrás de um dossiê secreto em A Liga Extraordinária Dossiê Negro
a trama de A Liga Extraordinária Dossiê Negro é relativamente simples: temos dois ex-agentes do governo britânico que estão em busca de um dossiê negro que explica o que está se passando dentro do MI-5. A identidade dos agentes – que é um mistério que se quebra depois da vigésima página – é um dos fatores de ligação com as histórias originais e é acompanhando eles que fazemos a leitura do dossiê proibido. E é justamente no dossiê que, na minha visão, tem uma das inovações que não funcionam.
Alan Moore tenta intercalar a trama de espionagem (que possui pitadas de ação) com a leitura do dossiê. O problema é que o documento é grande (deve ocupar algo em torno de 50% – 60% das páginas da revista) e algumas de suas partes são massantes. As partes interessantes, que se relacionam com os personagens que conhecemos ou introduzem outros a trama, são poucas e boa parte é realmente chato de ser lido. E o pior: se você pensou em pular a leitura do tal documento, esqueça! Moore faz questão de não explicar o que está acontecendo e só lendo o bendito dossiê você vai saber qual é a grande trama. Mas calma, que ainda dá pra piorar.
Uma das páginas que mostra a Londres de 1958 em A Liga Extraordinária Dossiê Negro
O autor tenta inovar ainda mais na HQ e te obriga a ler as últimas páginas com um óculos 3D que vem junto com a HQ – tudo isso para embarcar em uma viagem psicodélica que ele criou para o ato final da trama. Uma das coisas mais legais do grupo, que se perde em A Liga Extraordinária Dossiê Negro, é o surrealismo que se mistura com os personagens literários mas ainda continua como uma trama aberta e acessível. Aqui temos um final forçado que, na minha opinião, não funciona.
No fim das contas posso dizer que A Liga Extraordinária Dossiê Negro foi uma decepção porque eu esperava mais após o encadernado chamado 1898. A única coisa positiva na HQ, na minha visão, foi saber o destino dos personagens e perceber que eles continuam ativos e prontos para protagonizar novas tramas. Que bom que o que foi iniciado aqui se fecha quase que por completo e basicamente não afeta a continuação. Ainda que o trabalho de Moore e O´Neill aqui continue muito acima do que vemos normalmente em bancas e Comic Shops, é seguro dizer que está muito abaixo do padrão que eles mesmos estabeleceram para equipe. Uma pena.
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Avaliação: Bom!
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Créditos:
Texto: Lucas Souza
Imagens: Reprodução
Edição: Diego Brisse
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