Ultimato do Bacon

1917 – O Ultimato

Em 23 de Jan de 2020 3 minutos de leitura
1917
Ano: 2019Distribuição: Universal
Estreia: 23 de Janeiro de 2020Direção: Sam Mendes

Roteiro: Sam Mendes, Krysty Wilson-Cairns

Duração: 119 Minutos  

Elenco: Dean-Charles Chapman, George MacKay, Daniel Mays

Sinopse: “Na Primeira Guerra Mundial, dois soldados britânicos recebem ordens aparentemente impossíveis de cumprir. Em uma corrida contra o tempo, eles precisam atravessar o território inimigo e entregar uma mensagem que pode salvar 1600 de seus companheiros.”

[tabby title=”Alexandre Baptista”]

1917: obra-prima de Sam Mendes não é o filme favorito do Oscar a toa

Longa que estreia nos cinemas brasileiros nesta quinta, 23 de janeiro, retrata uma missão na Primeira Guerra Mundial

por Alexandre Baptista

 

Algumas vezes, nos cinemas, a gente sai realmente impressionado. A maestria na condução de um filme envolve muito mais que a simples direção de atores ou os ângulos de câmera inusitados; envolve mais que cenários fantásticos ou soberbos, mais que efeitos especiais incríveis; envolve mais que a trilha sonora cativante e comovente ou a fotografia única e belíssima.

A verdadeira arte da direção de cinema envolve tudo isso ao mesmo tempo. E ainda assim, pode ser vazia. Porque a obra pode “bater” no espectador e voltar. Não provocar reação. Ser fria e indiferente. É por isso que a maestria na direção de cinema envolve também a reação do espectador frente a obra. E isso é praticamente incontrolável.

O novo filme de Sam Mendes – que já nos trouxe os excelentes Beleza Americana (American Beauty, 1999), Estrada Para Perdição (Road to Perdition, 2002), Soldado Anônimo (Jarhead, 2005) e 007 – Operação Skyfall (Skyfall, 2012) e 007 contra Spectre (Spectre, 2015) – tem essa qualidade, advinda da maestria de Mendes na direção. Não importa se você gosta ou não de filmes de guerra, 1917 vai te impressionar. De alguma forma.

Muito se fala da técnica “imersiva” da simulação de plano-sequência que Mendes utiliza no filme. O plano-sequência ou plano contínuo, pra quem não está familizarizado com o termo, é exatamente isso: uma tomada ou plano em que a câmera registra a cena sem cortes. As ações vão acontecendo de forma natural, sem interrupções.

De fato, durante praticamente dois terços do filme, a técnica que esconde os cortes habilmente dando a impressão ao espectador de que eles não existem, funciona brilhantemente e provoca realmente uma imersão maior (se puder escolher, prefira assistir o longa em uma sala com telas maiores, vale a pena), dando uma sensação de apreensão mesmo quando as cenas são mais simples e teoricamente inofensivas.

Sim, existem duas ou três falhas nos cortes que quebram um pouco a mágica do plano-sequência. Mas não é só o uso dessa técnica que faz de 1917 um dos melhores filmes do ano – cobrem-me no final de 2020. As opções narrativas de Mendes, a fotografia, a qualidade do elenco e a trilha sonora… todo o conjunto é meticulosamente pensado e executado à perfeição neste longa.

A escolha narrativa é de estabelecer um conto real. Não espere um romanceamento exacerbado como O Resgate do Soldado Ryan (Saving Private Ryan, 1998) de Spielberg – uma das grandes obras do gênero – e sim algo mais parecido de certa forma ao que faz Christopher Nolan em seu Dunkirk (2017).

No entanto, 1917 tem a crueza de um Apocalypse Now (1979) de Francis Ford Coppola, de forma ainda menos épica. É o conto de um soldado comum, cumprindo uma simples missão e todos os percalços enfrentados em uma guerra de trincheiras.

Outra característica do roteiro que é digna de nota é a subversão constante de expectativas. A plateia imagina que sabe a condução de algumas ações ao longo do filme que acabam não sendo nada, não se concretizando a contento ou sendo conduzidas de forma completamente diferente do esperado.

Espere por cenas com uma fotografia incrível e momentos “como será que filmaram isso?”. Confesso que em uma determinada cena, fico em dúvida se o cenário é computação gráfica, se o ator foi digitalmente substituído, enfim… como realizaram a cena em si, de tão perfeita como sequência finalizada ela ficou e a complexidade em imaginar o ator realizando tudo aquilo em uma tomada só.

Dean-Charles Chapman e George MacKay, apesar de jovens atores, passam uma credibilidade incrível e todo o elenco de apoio, com participações de estrelas como Colin Firth, Mark Strong e Benedict Cumberbatch estão impecáveis.

A trilha sonora de Thomas Newman consegue ser intimidadora, poética e intimista, apesar das características sinfônicas em alguns momentos. Vai ser bastante interessante a disputa pelo Oscar da categoria esse ano, considerando os demais concorrentes.

1917 é obra-prima. Mas, além disso, é um filme que está para a indústria cinematográfica assim como as batalhas pessoais, as pequenas missões e a vida de cada soldado está para a máquina de guerra dos países envolvidos.

Conferir esta obra-prima de maneira aberta e atenta é entender um pouco mais sobre como o mundo verdadeiramente funciona.

 

Avaliação: Excelente!

 

[tabbyending]

 

Trailer

 

Quer conhecer filmes de guerra que foram inspirados por histórias reais? Confira a matéria do nosso parceiro NewsGeek


Acessem nossas redes sociais e nosso link de compras da amazon

Instagram

Facebook

Amazon


 

Quer debater Quadrinhos, Livros e muito mais?

Conheça nosso grupo no WhatsApp!

Quero participar

Notícias relacionadas

Imagem de divulga de Eight Billion Souls de Eduardo Lira

Eight Billion Souls de Eduardo Lira – Playlist

27 de Ago de 2020

Nós usamos cookies para garantir que sua experiência em nosso site seja a melhor possível. Ao navegar em nosso site você concorda com a nossa política de privacidade.

OKPolítica de privacidade