Black Mirror (4ª Temporada) – O Ultimato

Sinopse: “ Uma minissérie antológica criada por Charlie Brooker, envolvendo contos sobre o uso da tecnologia no nosso mundo moderno.​"

[tabby title=”Diego Brisse”]

Considerada o novo Além da Imaginação para a modernidade, Black Mirror surpreendeu por ter uma qualidade superior e falar de uma forma mais complexa com o público. Infelizmente nessa quarta temporada o autor Charlie Brooker já se mostra com a criatividade desgastada, com idéias requentadas das temporadas anteriores.

USS Callister

Um dos melhores episódios da temporada, faz uma homenagem direta à Star Trek  como paródia. Essa maneira meio “debochada” pode até incomodar alguns fãs, mas é muito bacana e serve bem ao teor do episódio. A tecnologia abordada é muito semelhante a algo já mostrado em um certo episódio da terceira temporada. O surrealismo Black Mirror que é responsável pela virada é muito interessante e mais uma vez cria o dilema moral no expectador. Jesse Plemons merece destaque por sua atuação que consegue te levar da compaixão ao ódio com facilidade.

Avaliação: Ótimo

Arkangel

O tão falado episódio dirigido por Jodie Foster é bem razoável até. O acerto fica por conta do tema relacionado a proteção exagerada dos pais em relação aos filhos e em como isso pode atrapalhar o desenvolvimento. É legal ver como a trama tenta equilibrar os dois lados, positivo e negativo, da tecnologia de monitoração. O ritmo é meio incômodo e os desfechos são pouco surpreendentes para o padrão da série.

Avaliação: Bom

Crocodile

Um dos piores! Começa bem, e tenta estabelecer o que seria um mistério, mas entra num ritmo sem graça e não chega a lugar nenhum. A “jornada” da protagonista fica sem fundamento e foge da proposta da série, apesar de ter todas as questões tecnológicas exploradas. Mesmo tentando mostrar um lado complexo do ser humano, o egoísmo e tal, não chega longe e acaba decepcionando. O ponto positivo é a interpretação da protagonista.

Avaliação: Regular

Hang The DJ

Um romance tradicional, com todos os clichês. A química do par é muito crível, o que torna o episódio um dos mais agradáveis. O problema aqui foi a virada final que ficou meio zoada, mas ainda assim não desmereceu o episódio. Os questionamentos sociais são até interessantes, mas senti falta dos dilemas morais característicos da série. Apenas mais um romance no universo Black mirror.

Avaliação: Regular

Metalhead

Minha expectativa estava bem alta para esse episódio. Ter o diferencial de ser preto e banco e ambientado em um mundo pós apocalíptico não foi o suficiente para sustentar a trama. Esse episódio parece mais um spin off de um filme ou série e talvez essa seja uma tentativa do autor de chamar a atenção e testar a popularidade do tema para investir em outro material. O mundo proposto é legal, deixa a vontade de ver mais. O ritmo do episódio é acelerado para o padrão da série, mas faltou uma virada, um plot twist. Minha expectativa foi errada, pra variar…

Avaliação: Bom

Black Museum

Aqui parece que o autor tentou compensar toda a temporada. A maneira como o episódio se desenvolve, com referências a praticamente todos os episódios de Black Mirror, é muito boa. Aqui temos o contador de histórias e a ouvinte, esse tipo de narrativa contribuiu para criar uma espécie de episódios dentro do episódio, parece que o contador de histórias está narrando episódios perdido de Black Mirror. Isso é sensacional e aqui fica aquela satisfação de estar vendo de fato um episódio Black Mirror. O melhor da temporada, sem dúvida.

Avaliação: Ótimo

Mesmo demonstrando cansaço, Black Mirror continua se destacando como uma ótima série, mas esse seria um bom momento para o o autor encerrar e dar prosseguimento com outros materiais que não precisem se enquadrar no padrão estabelecido. No geral, essa temporada não foi tão Black Mirror assim…

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