Em Action Comics #775 escrita por Joe Kelly a história Olho por Olho (no original What’s So Funny About Truth, Justice & the American Way?) nos apresenta um vilão que – apesar de recente – deu muita dor de cabeça ao Homem de Aço : Manchester Black. Uma espécie de Constantine com mais poderes, o vilão é extremamente cínico e – infelizmente – apesar de ter presença relativamente recorrente nas HQ´s, não emplacou tantas boas histórias assim.
Rebaixado a coadjuvante “maligno” dos Novos Titãs nos Novos 52 e recuperado por Peter Tomasi (em uma nova boa história) na Revista Superman pós Renascimento, Manchester Black tem um confronto fantástico com o Azulão na saga A Batalha Final (“Ending Game” no original). A Saga foi publicada originalmente em 8 partes nas edições The Adventures of Superman #608-609, Action Comics #795-796, Superman, vol.2 #186-187 e Superman: The Man of Steel #130-131. No Brasil, saiu nas edições 15,16 e 17 de Superman 1ª série da Panini lançadas em 2004.
Mongul e outros vilões confrontam um enlutado Homem de Aço em “A Batalha Final”
O cenário era ruim para o Homem de Aço antes mesmo de Manchester Black iniciar seu plano. Testemunhar a morte de diversas pessoas pelas mãos de Imperiex na saga “Mundos em Guerra” fez o Azulão trocar o fundo se seu símbolo para preto. Como se isso não bastasse, seu principal antagonista, Lex Luthor, estava sentado na cadeira presidencial. Maus tempos para o Escoteirão. Na saga “A Batalha Final”, Manchester Black decide se vingar após ter seus ideais radicais esmagados pelo Superman. Seu plano é simples: provar que os ideias do seu rival eram tão frágeis e ele tão fraco quanto o próprio Black. Alguma semelhança com o conceito de “apenas um dia ruim” apresentado pelo Coringa na famosa Piada Mortal?
Em um período de tempo de 24 horas, Black manipula diversos vilões conhecidos (e não tão conhecidos assim) do Homem de Aço em ataques sucessivos. Mongul, Armadilha, Banshee Prateada, Bizarro, Superciborgue, Galhofeiro, Metallo e tantos outros dão as caras na tentativa de quebrar o super-herói. Os embates são magistrais e configuram a desculpa perfeita para dar um ritmo frenético a HQ e testar os limites dos poderes do Azulão de forma constante e impiedosa. Mas o golpe final, o articulador Manchester Black tinha guardado para si.
Black tenta quebrar o Homem de Aço de Vez em seu 2º confronto com o Herói
O plano de Black partia de uma informação recém adquirida por ele: a identidade secreta do Superman. No Grand Finale planejado por Black, ele faz com que o herói acredite que ele matou Lois Lane. Sua intenção era fazer com que o Azulão perdesse a cabeça e o matasse – fazendo o mesmo conviver com os erros e com a hipocrisia de seus atos (e sendo julgado pelos seus companheiros e amigos). No final das contas, o Escoteiro Azul mostra que acredita de fato no seu ideal de justiça e as ações do herói fazem com que Manchester Black perceba que ele se tornou o tipo de vilão que tanto quis combater quando fundou a Elite na premiada história “Olho por olho” . Inconformado, ele tira sua própria vida.
A saga escrita por Geoff Johns, Joe Casey, Mark Schultz e Joe Kelly dão fim ao arco de Manchester Black (nunca é o fim de verdade nas HQ´s!) e ajudam o protagonista a se reerguer após eventos traumáticos – inclusive adotando a o fundo amarelo do “S” novamente. Mais uma vez o debate das ideologias ultrapassadas vem a tona e renovam a esperança do Azulão. Sem ceder ao desespero (como ele faz em Injustice, por exemplo), o Superman protagonizou mais uma grande saga. Apesar de pouco lembrada, a saga é uma das que conseguem equilibrar um ritmo alucinante de batalhas com um verdadeiro desfile de super-vilões sem perder de vista o principal: o teste da essência do herói que tem na fé o seu principal Superpoder.
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